domingo, 21 de julho de 2013

sábado, 20 de julho de 2013

LUA ROSA


Imagine que esteja ouvindo um dos mais belos sons de um cara que sou extremamente fã, chamado Nick Drake. A música é Pink Moon. E tenha uma agradável leitura.

A Lua Rosa é amplamente conhecida pelos wiccanos e é celebrada próxima aos quatro sabaths: lughnassadh, Samhain, Imbolc e Beltane.
Corre na internet uma cópia do texto que está contido no "Almanaque Wicca". Todos se contentam apenas em replicar este texto, inclusive com erros crassos, e fica por isso mesmo. A lua e seu poder, ficam em segundo plano.
Ocorre que a Lua Rosa, (assim como Negra, Azul, Violeta e Vermelha) é momento importante para um magista. Não é reconhecimento e celebração exclusivos da cultura Celta ou Wicca. A lua e o sol estão entre os primeiros grandes motes de celebração e ritos da humanidade.
Em contrapartida à astrologia e astronomia, a lua e sua trajetória e ciclos tem relevância plena sobre questões físicas e anímicas.
A Lua Rosa tem gravada sua importância em inúmeros aspectos.
Do ponto de vista da magia, dada sua citação em centenas de grimórios, libers e literatura em geral, a Lua Rosa merece atenção por ser uma "lua dos desejos".
Em uma passagem até cômica do "Almanaque Wicca", há a citação de ser uma "Lua dos Perdidos", um claro erro de grafia, quando é a "Lua dos Pedidos". Este erre à mais na publicação da Editora Pensamento deu uma lua com conotação completamente contrária à seu propósito.
Curioso é ver as pessoas publicando a "Lua dos Perdidos", demonstrando incapacidade total de análise e ausência de conhecimento sobre a importante data.
Como também estou sujeito a erros, não cabe a crítica à publicação, mas bem que os papagaios xeroqueiros poderiam estar mais atentos à suas cópias.
Mas porque "Lua dos Pedidos"?
Em muitos séculos, pelos momentos em que ocorre, ela calha exatamente nas principais situações de renovação de propósitos. Está logo nos primeiros dias do ano, no meio do ano, alguns meses antes do final e esse fluxo propicia o foco em realizações de desejos variados ou pontuais no decorrer dos meses e do ano.
Portanto, esse é o momento para pedir coisas. Para reafirmar ou afirmar desejos, para entrar em contato com as demandas urgentes, com realinhamentos.
E a lua rosa é democrática. Atende os duros, os mal-amados, os doentes, os ambiciosos, inseguros, desesperados... É uma lua para quem quer coisas. Todo tipo de coisa.
Portanto é um ritual muito gratificante para o magista.
Meu convite é para que você monte seu ritual caótico e se aproveite deste magnetismo lunar trimestral.

Na receita wicca, você segue uma cartilha simples:
-Prepare uma lista de pedidos
-Umedeça o dedo indicador em essência de Jasmim, Cânfora, Salgueiro, Artemísia ou Sândalo
-Trace um pentagrama sobre o papel sobre a folha de papel
-Mentalize o desejo
-Faça uma oração e repita três vezes
-Dobre o papel e o coloque no altar ou cabeceira da cama
-Repita em todas as luas as fases da lua até completar 3 cheias até a próxima Lua Rosa, três meses depois.

É uma boa receita.
Mas é bom lembrar que um mago caótico não precisa necessariamente seguir receitas.
Eu procurei incorporar elementos que podem melhorar muito o rito da Lua Rosa.
Claro que você não precisa também seguir a minha receita. O registro é para que ela seja um bom exemplo de como a aplicabilidade da Chaos Magick pode ser usada para aprimorar os ritos.

Não trabalho com possibilidade de deixar o papel solto ou jogado.
O altar é fundamental. Vou ancorar este ponto material, portanto quero oferecer a ele segurança e ponto de imantação.
Neste sentido, uso (os já existentes) oito cristais de quartzo branco que fecham a Estrela do Caos em meu altar.
Desde o início, banimento menor e abertura de círculo, com posterior fechamento. (Pink Moon rolando rsrsr)
Não faço lista de pedidos. Faço o rito dos "Sigilos em Progressão", lançando os sigilos para os quatro ou cinco pedidos de forma individual. O pedido-chave ou principal que resume o sigilo geral possui o servidor-guardião e outros servidores de potencialização dos pedidos individuais.
Sobre os sigilos uma pedra da lua.
Na base eu utilizo um hexagrama Fêng que é o 55º do Iching contendo a sequência de linha cheia, linha interrompida, duas linhas cheias e duas interrompidas (o hexagrama é montado de baixo pra cima). O Fêng tem como nome "A Plenitude" e é muito eficiente para potencialização de decretos e desejos.
Na oração uso o aporte cabalístico.
No caso em questão, o melhor seria a evocação de Gabriel ou Micael. Quem prefere os demônios ou diabos, Belaan ou Belial.
Eu uso o decreto de Gabriel. Repito três vezes.
As essências que prefiro para este ritual são Jasmim e Sândalo. O incenso de sândalo é sempre presente em todo o processo, desde a elaboração dos sigilos.
A carta do tarot pode ser a Força ou o mundo. O mago pode ser associado a uma delas.
Velas amarelas ou rosa ou as duas.
 Há a no Libre LXV de Crowley uma importante passagem com sobre o "Ritual do Não Nascido" em que destaco as frases grifadas pelo próprio Crowley no último paragrafo. Mas para explicar as questões de Adonai levaria um tempo grande aqui. E é pessoal demais.
Fecho o círculo, banimento menor e encerro.

Há milhares de outros elementos e propostas.
Creio que para o ano que vem possa mudar isso. Trazer novas aplicações.
Mas como é bem confortável seguir este esquema, estou com ele há bom tempo.

Estimulo você a montar o seu. Se quiser tentar este aqui, adianto que é bem poderoso.
O que vale mesmo é curtir este belíssimo momento de uma majestosa lua cheia: A Lua Rosa!

Isto é Caos!

SatA

Uma criança tem direito a aprender Magia Negra?



Toda criança tem direito a se preparar para praticar atos mágickos seja magia "negra" ou o que for.
Não existe magia racista. Magick é uma coisa só. As cores podem e devem ser trocadas sempre, ao sabor de ventos astrais.
Magick é flor de terremoto.

Uma criança, dado seu processo de formação física, não possui capacidade de transubstanciação desenvolvido em plenitude. Os procedimentos quimio-elétricos em seu cérebro ainda em formação, a transferência energética em seus nadis e a constituição frágil de seus processos glandulares, que refletem até em questões materiais como transporte de oxigênio, ritmo metabólico, dentre outros, revela sua incapacidade em executar eficientemente uma magick.

É certo que corre risco alto de insucesso e de sobrecarregamento de seus veículos.
Não se trata de preconceito ou algo desta natureza.
Por si, uma criança e até mesmo um adolescente não tem condições de praticar magick.

Mesmo alguns adultos tem esta dificuldade, dada a necessidade de desenvolvimento e prática.

Magick não é repetição de palavras, gestos e ritos. Quem a vê desta forma desconhece o que a move. A magick, em que pese sua ancoragem material em inúmeras formas, se processa em campos multidimencionais e em multivervos. Para que caminhe em transe e alta consciência, deve ter o veículo corpo, em nave cérebro e manche mente em altíssimo padrão vibratório-sensorial associado à elaborada capacidade de abstração, seja auto-induzida ou não.

Uma criança, mal desperta em sua existência, não terá a mínima acurácia para esta finalidade. Tal fato demanda, por vezes, décadas para que se atinja a maestria. Além da desejável posição de estudo profundo, sapiência sobre processos e ligação filosófico-intelectual sobre os saberes envolvidos.

Isto é Caos!

Frater SatAnanda